Mundo virtual: relações humanas, demasiado humanas

Mundo virtual: relações humanas, demasiado humanas é uma série de quatro módulos de palestras promovidas pela CPFL Cultura (programa cultural que promove reflexões sobre os desafios e oportunidades da contemporaneidade - Campinas), moderadas pelo nosso querido Marcelo Tas - comunicador e jornalista, com a presença de intelectuais de diversas áreas.

Sobre as palestras CPFL Cultura

"É inegável: nunca na história da civilização tivemos acesso a tal quantidade de informação. Junto com a avalanche de estímulos, uma igual quantidade de dúvidas, angústias e mudança na forma de nos educar, amar e fazer negócios nos atormentam. Afinal, os responsáveis por processar-transformar informação em conhecimento- continua sendo cada um de nós mesmos.
Como conviver com tanto ruído? Como aprimorar a troca de saberes e afiar a pontaria das nossas buscas na veloz e turbulenta revolução digital? “Mundo virtual: relações humanas, demasiado humanas”, a nova série da  CPFL Cultura, vai discutir o tema com especialistas em quatro módulos ancorados e moderados pelo comunicador e jornalista Marcelo Tas."

Destaco aqui duas palestras que assisti e gostei muito...

Marcelo Tas
Cada vez mais, nossas relações são mediadas por ferramentas digitais: a política, a educação, as relações sociais e amorosas, os negócios… o mundo vive cada vez mais on-line, trocando informação numa rede em tempo real. Somos a geração que testemunha e é cobaia de uma importante transição tecnológica: do analógico para o digital. É um tempo de aceleração de velocidade e variedade na publicação das informações e do conhecimento compartilhado, onde cada um pode ser o autor de sua obra fictícia ou não. Como confiar e conviver no caldo cultural gerado por tantas possibilidades e ruídos? Quais os nós dramáticos desta história? Estamos diante de uma nova renascença ou diante do fim da picada?  Gravada no dia 6 de agosto de 2010 em Campinas
Marilena Chauí
A palestra propõe uma reflexão sobre as mutações contemporâneas das concepções de espaço e de tempo, no momento em que as categorias clássicas da sociabilidade, como esfera pública, direitos, sujeito, responsabilidade, se desfazem. Como o especialista pouco a pouco foi substituindo o intelectual, aquele que era o mestre da verdade e do saber ético? Ora, as atuais inovações tecnológicas e científicas ocorreram na ausência de pensamento crítico e no eclipsamento do papel filosófico e existencial do conhecimento. Assim, na cultura do virtual, o princípio de realidade vacila, as noções de espaço e de tempo se contraem produzindo uma forma de proximidade fundada na distância e na ausência, em que se gesta o evitamento, o horror do contato. Surge então a cultura do ressentimento. Nela, ser é ser percebido; como se reconhece nos assassinatos em série e suicídios ostentados em rede, no culto a esportes radicais e no corpo performático, na universalização do uso das drogas e demais experiências do excesso. Trata-se, portanto, no encontro, de compreender a tendência ao desaparecimento do simbólico em suas relações com os mecanismos do (des)recalque generalizado e suas implicações para a vida coletiva.Com Marilena Chauí e Olgária Matos. Gravada no dia 2 de setembro de 2010 em Campinas

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