little drops...Pierre Levy e a inteligência coletiva?

A sabedoria popular possui um ditado que diz: \"duas cabeças pensam melhor que uma\".

Será essa a base do conceito de Inteligência Coletiva?

É o próprio Levy quem a define em seu livro (A Inteligência Coletiva1 pg. 28): \"é uma inteligência distribuída por toda a parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências.\"

Mas, o que isso quer dizer? Sabemos que os perfis de competência são, na sua maioria, individuais e torna-se cada vez mais difícil elaborar currículos que se adequem a todos. A escola formal já não contempla os objetivos a que se propõe. Por isso, é preciso construir novos espaços de disseminação de conhecimentos, sejam eles presenciais ou virtuais. Espaços não lineares, que tenham organização própria, de acordo com os contextos a que estão inseridos.

Esta idéia representa o abandono do paradigma predominantemente expositivo que se pratica até hoje nos espaços educacionais. Para a imensa maioria dos educadores \"ensinar\" ainda é sinônimo de \"expor\". É preciso reverter a idéia de que o conhecimento seja algo que possa ser transferido, de uma cabeça para outra. A esse tipo de educação Paulo Freire2 chamou de \"educação bancária\" onde o aluno serve de depósito de informações, sem participar do seu processo de aprendizagem, do diálogo, ou da troca.

Uma pedagogia baseada na idéia de Inteligência Coletiva tem como premissa básica a adoção de um paradigma essencialmente colaborativo, onde o conhecimento é algo que se constrói através do diálogo (mais precisamente - multilogo - segundo Wilson Azevedo da Aquifolium Educacional), sustentado por uma coletividade.

Para tanto, o ciberespaço oferece todas as condições necessárias para que a Inteligência Coletiva aconteça efetivamente, ultrapassando limites geográficos, culturais e temporais. Em um ambiente onde se utilizam ferramentas de aprendizagem colaborativa, tais como listas de discussão, fóruns, chats, a Inteligência coletiva se alimenta, contribuindo para o desenvolvimento individual dos elementos de um determinado grupo, que por sua vez devolve ao grupo de outra forma, criando um círculo virtuoso de disseminação de conhecimento.

1. LÉVY , Pierre. Inteligência Coletiva. Ed. Loyola ,São Paulo, 1998.

2. Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Ed Papirus, São Paluo, 1995.

imagem: http://nepo.com.br/2008/12/20/wikipedia-um-primeiro-raio-x/

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