Saúde Mental, aprendizados e a importância de parar para o professor!

O post de hoje é diferente! Gostaria de propor uma reflexão sobre as férias do professor. Sobre a importância do descanso, afinal parar não é luxo, mas sim uma necessidade. Em tempos difíceis para a docência, onde o cenário se mostra cada vez mais complexo no que se refere aos vários aspectos que envolvem o ato de educar, descansar é fundamental. Já ouvi muito sobre a vantagem de ser professor, como férias duas vezes ao ano, emendas de feriados e semana de 5 X 2 de trabalho. Sim, é verdade, mas só quem está na docência, sabe que não é bem assim, já que há muito trabalho fora da escola, não é mesmo?

Fato é que, mesmo de férias, a cabeça do professor não descansa e ele volta com a mente cheia de ideias, como se a viagem tivesse sido um supercurso de aperfeiçoamento. Já sentiu isso?

Já compartilhei no LinkedIn sobre os aprendizados em relação à minha visita ao Instituto Inhotim, em Brumadinho, MG. Agora, quero contar como uma viagem aos Lençóis Maranhenses se transformou em um verdadeiro laboratório de inspiração para a prática em sala de aula. E o melhor: essas descobertas servem para qualquer área do conhecimento, não importa o que você ensine!

Imagine um lugar onde a natureza pinta as paisagens, onde dunas de areia parecem esculturas gigantes e as lagoas brilham em cores que a gente só vê em sonhos. Os Lençóis são um convite para a gente desacelerar e olhar o mundo com mais atenção, coisa rara atualmente, em época de IA, de aceleração constante e receitinhas pedagógicas! 

Primeiro, levei um tempinho para desacelerar e (re) aprender a olhar e analisar. Quem conhece os Lençóis, sabe que água, areia e céu se conectam de um jeito que nunca se repete. As cores das lagoas mudam com a luz e o movimento das dunas é constante. E o que a gente aprende com isso? A ter um olhar mais crítico, percebendo detalhes, além de compreender como tudo pode estar conectado. É uma lição prática sobre ecossistemas, geografia e ciclos naturais, arte, geometria ... Enquanto estava lá, pensei em pedir nas aulas descrições detalhadas de ambientes, mapas conceituais sobre ciclos e imagens que desafiam as leis da perspectiva!

Na imensidão dos Lençóis, que só existe no Brasil, a gente vê a organização da natureza em tudo, mas de um jeito perfeito. A linha do horizonte, o contraste das cores... é simplesmente uma lição de estética e estrutura. E daí é possível explorar os princípios de organização, escalas e proporções. Entender, na prática, como a forma que a gente enxerga algo pode mudar nossa percepção. Já pensou em elaborar projetos visuais para organizar informações, como infográficos ou diagramas? Ou ainda exercícios de planejamento, para que os alunos entendam como a estrutura de um projeto, de uma ideia ou de um texto é importante?

Lá, há inspiração em cada canto. A beleza e a singularidade dos Lençóis são uma injeção de ânimo para a imaginação. A gente se sente impulsionado a criar e a pensar em soluções diferentes para muitas coisas, até no contato com a população local, imaginando tecnologias para resolver alguns problemas reais que as comunidades enfrentam. Com isso, a gente aprende a pensar um pouco fora do senso comum, a inovar a partir do que vemos no mundo e a desenvolver soluções criativas para problemas de verdade. Já pensei em levar para as turmas desafios de design thinking inspirados nos problemas da comunidade ou do meio ambiente. Ou quem sabe, criar narrativas e histórias que se passem em cenários de tirar o fôlego?

O contato com a cultura local é um show à parte. A beleza natural é só o começo. A cultura rica da região, com suas tradições, lendas e o trabalho do seu povo, nos ensina muito. O artesanato local, feito com a fibra do buriti, mostra a conexão das pessoas com a natureza e sua criatividade. Tudo é aproveitado! Suco, sorvete, bolsas, bijouterias... Daí podemos pensar sobre processos de produção, valorização do saber popular e economia criativa. É uma forma de entender a história de uma comunidade através do seu trabalho. A inspiração para a aula? Quem sabe realizar pesquisas sobre o impacto socioeconômico do artesanato, ou ainda desenvolver projetos que ensinem sobre design e sustentabilidade, usando a fibra do buriti como case?

Há ainda as histórias interessantes que correm por lá, pois a região é cheia de lendas, como a do Bumba Meu Boi, o Touro Encantado, a Cidade Submersa, todas que se relacionam direta ou indiretamente com Dom Sebastião, que contam a história e os valores do povo.

Parêntesis: A lenda de Dom Sebastião no Maranhão, conhecida como Sebastianismo maranhense, é uma crença popular sobre o retorno do rei português Dom Sebastião, que desapareceu na Batalha de Alcácer Quibir em 1578. No Maranhão, a lenda se manifesta de forma única, com Dom Sebastião sendo visto como um rei encantado, muitas vezes associado a um touro que vaga pelas areias da Ilha dos Lençóis. (utilizei o GEMINI na busca de informações)

Assim, vê-se a importância da oralidade e da memória, pois compreende-se como a identidade de um povo é construída através das suas histórias. Nas aulas, que tal desenvolver projetos de storytelling, criação de contos e peças de teatro baseadas em lendas locais. Ou uma análise comparativa do folclore de diferentes regiões, incentivando o respeito à diversidade cultural?

Tive oportunidade de ir à uma Festa de São João, bastante tradicional em São Luís. Fiquei fascinada pelos ritmos que contam histórias! O Bumba Meu Boi e o Tambor de Crioula foram apresentações surpreendentes, e ainda danças típicas portuguesas da época da colonização! Aprendizado? Sobre diversidade cultural, como a arte é o reflexo de um povo e a importância dos rituais e das festas. Para as aulas, incentivar a criação de apresentações que explorem ritmos e movimentos, e, mais uma vez, promover debates sobre a importância da diversidade.

Por fim, não poderia deixar de falar da culinária local! O que seria de uma viagem sem a experiência da gastronomia? A culinária maranhense é um espetáculo à parte, um verdadeiro caldeirão de sabores que reflete a história e a diversidade da região. Pratos como o famoso arroz de cuxá, o camarão fresquinho e o peixe-frito nos ensinam muito sobre a relação com o mar e a terra. 

Parêntesis: o arroz de cuxá tem origem no período colonial brasileiro e mistura influências indígenas, africanas e portuguesas. O cuxá é uma erva típica (parecida com o coentro, mas de sabor mais forte) da região que dá nome ao prato. Além da erva, a receita leva camarão seco, pimenta-de-cheiro, alho, cebola, vinagreira (outra erva - é uma PANC - Planta Alimentícia Não Convencional) e farinha de mandioca. Tudo isso resulta em um prato saboroso e único, que conquistou o meu paladar e de muitos brasileiros. (utilizei o GEMINI na busca de informações)

O que a gente aprende com isso? Conexões entre geografia e culinária, a importância da sazonalidade, nutrição, além de matemática e química na prática de uma receita. Podemos pedir aos alunos para pesquisarem a origem de um ingrediente (de onde vem a vinagreira, por exemplo que eu só conheci lá) e seu valor nutritivo, como cultivar PANC ou ainda, criar um projeto de "receitas matemáticas", onde eles precisam calcular proporções para cozinhar para um número diferente de pessoas.

Enfim, a gente volta pra casa diferente. Com o coração mais tranquilo e a cabeça borbulhando de ideias. E então a gente vê que professor nem consegue descansar...tá sempre aprendendo e pensando nos seus alunos. É da natureza, sabe? A gente volta com um olhar mais curioso, o mundo se torna uma sala de aula gigante, cheia de oportunidades de aprendizado em todos os lugares. A criatividade se renova, pois a gente se desconecta para se reconectar com a nossa criatividade. A rotina do professor é pesada, e novas experiências são o nosso melhor combustível. A gente faz mais conexões, por que a natureza e a cultura nos mostram que todas as áreas do conhecimento estão interligadas. A gente aprende na prática, vivendo experiências que nos mostram como o aprendizado é poderoso quando é real, e a gente pode levar essa mesma energia para os nossos alunos.

Por isso,  pausa não é luxo, é necessidade! Por que as férias são tão importantes para o professor?
  • Pra não esgotar a energia: a gente precisa de um tempo pra se desconectar de verdade. O recesso do meio do ano é aquele respiro necessário depois de um primeiro semestre intenso. Já as férias de fim de ano são o período de descompressão total, o momento de zerar a cabeça e voltar com o tanque cheio.
  • Pra criatividade florescer: a criatividade não funciona sob pressão. Ela precisa de tempo e de espaço para que as ideias possam ser semeadas. Uma pausa e a exposição a novos cenários e culturas nos dão um empurrão para inovar em sala de aula.
  • Pra cuidar da gente: férias e pausas são essenciais para cuidar da nossa saúde mental e física, algo que a correria do dia a dia muitas vezes nos faz esquecer.
  • Pra reconectar: é o momento de fortalecer os laços com a família e os amigos, de ler um livro por puro prazer ou de simplesmente não fazer nada. Isso nos ajuda a manter um equilíbrio saudável.
Então, da próxima vez que você planejar suas férias, pense: será que essa viagem é para relaxar ou acender uma nova chama para a minha prática pedagógica? Os dois! 

E se você for para os Lençóis Maranhenses, filtro, óculos, chapéu, câmera fotográfica e canga não podem faltar na sua mala!






E-book: Diretrizes para uso ético e responsável da Inteligência Artificial Generativa

Trago aqui a sugestão do e-book Diretrizes para uso ético e responsável da IA Generativa que certamente vai enriquecer nossas discussões sobre o uso da Inteligência Artificial em sala de aula e na pesquisa.

Lançado pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), o e-book já está disponível para download gratuito!

Escrito pelos professores Rafael Cardoso Sampaio (UFPR), Marcelo Sabbatini (UFPE) e Ricardo Limongi (UFG), este livro nasce com um objetivo claro e necessário: desmistificar tanto o "entusiasmo exagerado" (o famoso hype) quanto os temores infundados em torno das tecnologias de IA Generativa.

Em um cenário de escassez de materiais práticos e acessíveis no Brasil, este e-book surge como um guia essencial para orientar pesquisadores de todas as áreas sobre como usar a IA de forma ética e responsável.

O conteúdo é abrangente, abordando desde os princípios de funcionamento da IA Generativa até suas aplicações práticas em diversas etapas da pesquisa acadêmica. Além disso, o livro não foge dos desafios! Ele discute abertamente as limitações da tecnologia, como vieses, riscos à privacidade e as complexas questões sobre a integridade acadêmica. Tudo isso reforçando a importância de preservar a agência humana e de adotar um uso eticamente orientado da IA.

Com o apoio de instituições como a Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) e a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), a publicação solidifica a relevância desse debate no ambiente acadêmico.

Para nós, educadores e tecnólogos, este e-book é uma leitura indispensável para compreender não só os desafios, mas também as inúmeras oportunidades que a IA generativa nos oferece.

Clique aqui para o site. 

Clique aqui para download da obra.

Boa leitura!

IA na Sala de Aula: Um Guia para Professores/Educadores

Como temos conversado - sem parecer overposting por mais de uma vez, a inteligência artificial (IA) já faz parte do dia a dia dos nossos alunos e, por tabela, da sala de aula. Como toda tecnologia nova, o desafio aparente para nós professores/educadores é: como podemos integrar essa nova realidade de forma eficaz e, principalmente, sem medo, já que não podemos ficar de fora deste processo?

Este post traz algumas reflexões que podem auxiliar neste caminho de construção de conhecimento sobre IA junto aos estudantes. Foi baseado em um documento ainda em construção da Comissão Europeia e da OCDE, com o apoio da Code.org e compartilha um panorama sobre a alfabetização em IA e como ela pode auxiliar a sua prática pedagógica. 

Se quiser ver o framework original, clique aqui

Já publicamos anteriormente, os parâmetros de competências e habilidades em IA para professores e estudantes elaborados pela UNESCO (se você não viu, o eprofessor fez uma síntese para você, é só clicar aqui!). É um material importante para trabalharmos em sala de aula que, junto com essa proposta aqui apresentada, se complementam.

Concretamente seus alunos interagem com a IA em seus smartphones, nos games que jogam, nos filmes e músicas que consomem no streaming e nas redes sociais, mas na maioria das vezes nem se dão conta de como ela funciona ou dos riscos envolvidos. É aí que a alfabetização em IA (AI Literacy) entra em cena para instrumentalizar os estudantes a:
  • Navegar com Intenção: entender como a IA influencia a maneira como eles acessam informações e tomam decisões.
  • Criar e Inovar: usar a IA como uma ferramenta para explorar ideias e criar soluções, mantendo sempre o olhar crítico e a autoria.
  • Avaliar Criticamente: identificar as limitações da IA, como sua capacidade de alucinar inventando fatos e refletir sobre os impactos éticos em suas vidas e na sociedade em geral.
Para nós, professores, pode ser uma boa oportunidade em mediar os alunos por este caminho, trazendo possibilidades de construção de conhecimento e desenvolvimento de habilidades em outras searas não exploradas na sala de aula.

Como sempre, nesse processo, o professor é peça fundamental. Integrar a IA em sala de aula significa se tornar um  curador e facilitador do processo de aprendizagem dos estudantes permite:
  • Conectar o abstrato ao concreto: ajuda os alunos a ligarem os conceitos de IA a situações reais do cotidiano.
  • Promover o diálogo: cria um ambiente seguro para discutir temas essenciais como justiça, vieses e ética na IA.
  • Orientar o uso responsável: ensina a turma a usar a IA de forma ética, sempre de olho na faixa etária e nos objetivos pedagógicos.
Não é um caminho fácil pois exige estudo e dedicação para acompanharmos as tendências atuais sobre IA, já que o mercado é rápido e anda sempre à frente da Educação, por isso, formações, artigos, livros e posts como este, servem sempre como um apoio direcionado, já que tudo isso nos mostraque não é preciso reinventar a roda. O diferencial deste texto em construção é que o sucesso a longo prazo depende da integração da IA com os objetivos de aprendizagem que já temos, aliada a uma formação continuada de qualidade.

O texto faz referência à alfabetização em IA (ai literacy), que representa o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que permitem aos alunos viver em um mundo cada vez mais atravessado pela inteligência artificial. Isso inclui:
  • Conhecimento: Compreender como a IA processa dados, como ela se diferencia do pensamento humano (e entender, por exemplo, como os vieses surgem!).
  • Competências Essenciais: Habilidades genuinamente humanas que se tornam ainda mais relevantes:
  • Pensamento Crítico: Para questionar a precisão e identificar vieses nos resultados gerados pela IA.
  • Criatividade e Colaboração: Para usar a IA como parceira na geração e no refinamento de ideias
  • Pensamento Computacional: Para decompor problemas e aproveitar as capacidades da IA.
  • Atitudes Orientadas para o Futuro: Curiosidade, adaptabilidade, uma postura investigativa e o compromisso com o uso responsável da tecnologia.
O documento propõe quatro domínios principais de interação dos alunos com a IA. Pense neles como sugestões para explorar essa tecnologia em suas aulas:
  • Envolver-se com a IA: Seus alunos já fazem isso automaticamente. É quando usam a IA como ferramenta para pesquisar ou obter recomendações. Nosso papel é ensiná-los a questionar a informação, verificar a validade e entender os limites.
    Ideia prática: Peça aos alunos que pesquisem um evento histórico usando uma ferramenta de IA e, em seguida, comparem as informações com fontes confiáveis. Utilize várias IAs diferentes e compare resultados - GEMINI, GPT, DeepSeek, Perplexity...
  • Criar com a IA: Incentive seus alunos a usar a IA como uma parceira criativa para gerar ideias, seja para um projeto de literatura, uma melodia ou um design. O foco é que eles continuem sendo os autores finais, integrando criticamente as sugestões da IA. 
    Ideia prática: Sugira que os alunos usem um gerador de texto para criar o ponto de partida para uma história e, depois, a desenvolvam com suas próprias palavras e estilo. Aqui também pode ser interessante variar as IAs.
  • Gerenciar a IA: Mostre aos alunos como a IA pode otimizar tarefas. Ensine-os a escolher a ferramenta certa para cada objetivo e a dar instruções claras (a famosa engenharia de prompt ou prompt engineering). O objetivo é que a IA potencialize as capacidades humanas, não as substitua.
    Ideia prática: Discuta como a IA pode ajudar a automatizar tarefas (como organizar dados ou revisar a ortografia), liberando tempo para que eles se concentrem em aspectos mais complexos e criativos do trabalho. Criar uma rotina de estudos ou um plano de otimização de tempo para várias disciplinas também pode funcionar.
  • Projetar a IA: Mesmo sem saber programar, os alunos podem entender os princípios por trás da IA. Explore como os dados influenciam o comportamento dos modelos e como o viés pode surgir. Isso ajuda a construir confiança e a capacidade de usar a IA para o bem.
    Ideia prática: Apresente exemplos simples de como a IA é "treinada" (por exemplo, classificando imagens de gatos e cachorros) e discuta como um conjunto de dados desequilibrado pode levar a resultados injustos. Um programa bacana é o Teachable Machine do Google, que permite compreender o que é o aprendizado de máquina (machine learning) sem a necessidade de programação.

Clique na imagem para ampliá-la!
Para visualizar a imagem na postagem original, clique aqui! Tradução e Adaptação:@amplificaoficial

Outro componente importante na alfabetização em IA que o documento se refere é a questão ética. Cabe lembrar que a ética não é um tema a mais na alfabetização em IA. Ela deverá estar no centro de cada experiência de aprendizagem. Por isso, é fundamental que os alunos reflitam sobre:
  • Quem se beneficia e quem é prejudicado pelo uso de uma determinada IA?
  • Quais perspectivas são representadas (ou excluídas) nos dados e resultados da IA?
  • Qual o impacto ambiental da IA? Quem é o proprietário do conteúdo gerado por ela?
Para compreender como a ética é importante no estudo de IA, incentive seus alunos a irem além do "o que a IA pode fazer" e a questionarem "o que ela deveria fazer" e "a quem ela serve".

Sabemos que este é apenas o começo da conversa e que temos um longo caminho pela frente. Mas iniciar o percurso incorporando essas reflexões em seus Planos de Ensino e Aula, é um compromisso que irá possibilitar a compreensão sólida e crítica da IA, preparando os estudantes para momentos nos quais essa tecnologia será uma constante. E você, como professor/educador só irá ficar mais expert no assunto!

Mesmo que você esteja apenas começando sua jornada com a IA, o mais importante é desmistificá-la, valorizar as competências humanas e integrar a ética em todas as discussões. O futuro da educação é construído com professores que abraçam o novo e guiam seus alunos através dele. Nada que fuja ao que você já desenvolve e propõe nas suas aulas! 😀


Este texto utilizou o NOTEBOOK LM para a primeira versão de síntese do documento original e foi revisado pela equipe editorial do eprofessor.

TPACK: Muito além da tecnologia na sala de aula

Temos falado muito de Educação e Tecnologia ultimamente, bem como sistemas de Inteligência Artificial. Por isso, resolvi retomar uma ideia que apesar de não ser nova, ainda é muito atual, o modelo TPACK, que tem ganhado destaque crescente nas discussões sobre a prática docente na era digital. Mais do que uma sigla, ele representa uma poderosa lente para refletirmos sobre como integrar, de forma significativa, tecnologia, pedagogia e conteúdo em nossas aulas. Neste post, vamos desmistificar o conceito e entender como ele pode enriquecer nosso trabalho em sala de aula — seja ela física, híbrida ou virtual.

Prazer, eu sou o TPACK!

TPACK é a sigla para Technological Pedagogical Content Knowledge, ou, em português, Conhecimento Tecnológico Pedagógico do Conteúdo. Em essência, o modelo propõe que um ensino eficaz na era digital exige a integração equilibrada de três domínios fundamentais:
  • Conhecimento do Conteúdo (CK – Content Knowledge): é o saber específico da disciplina que ensinamos. Por exemplo, um professor de matemática deve dominar conceitos como álgebra, geometria e cálculo.
  • Conhecimento Pedagógico (PK – Pedagogical Knowledge): refere-se ao repertório de estratégias de ensino, metodologias, teorias de aprendizagem, avaliação e gestão de sala. É o como ensinar.
  • Conhecimento Tecnológico (TK – Technological Knowledge): diz respeito à familiaridade com tecnologias digitais e seu potencial educativo, incluindo softwares, aplicativos, plataformas, ambientes virtuais e ferramentas colaborativas.
No entanto, o grande diferencial do TPACK não está na soma desses saberes de forma isolada, mas sim nas intersecções entre eles, onde ocorre a verdadeira transformação pedagógica.

Ao sobrepor os três domínios, surgem outras camadas de conhecimento essenciais:
  • PCK (Conhecimento Pedagógico do Conteúdo): capacidade de ensinar um conteúdo com estratégias pedagógicas adequadas e envolventes. Exemplo: usar analogias e situações-problema para explicar um conceito matemático complexo.
  • TCK (Conhecimento Tecnológico do Conteúdo): compreensão de como a tecnologia pode representar, transformar ou aprofundar o conteúdo. Exemplo: utilizar uma simulação digital para observar reações químicas invisíveis a olho nu.
  • TPK (Conhecimento Tecnológico Pedagógico): domínio do uso de tecnologias para potencializar práticas pedagógicas. Exemplo: usar um LMS para organizar trilhas de aprendizagem e fornecer feedback personalizado.
No centro dessas interseções está o TPACK em sua forma plena, ou seja, a integração dinâmica e contextualizada entre conteúdo, pedagogia e tecnologia. Um professor com um bom TPACK sabe selecionar as tecnologias certas, articular estratégias pedagógicas eficazes e adaptar o conteúdo conforme o perfil dos alunos e os objetivos de aprendizagem. Clique no link na legenda da imagem para acessá-la em tamanho maior.

Reproduzido com permissão do editor, © 2012 por tpack.org

O ciclo de vida das plantas - um exemplo prático

Para visualizar isso em ação, imagine um professor de biologia trabalhando o tema "ciclo de vida das plantas":
  • Com baixo TPACK: apresenta o conteúdo de forma expositiva, usando imagens estáticas em slides.
  • Com bom CK e PK, mas baixo TK: planeja atividades práticas ricas, como o plantio e a observação do crescimento das sementes, mas sem integrar tecnologias digitais.
  • Com bom TK, mas baixo CK e PK: utiliza um software sofisticado de simulação, mas sem dominar o conteúdo biológico ou as estratégias adequadas para orientar os alunos.
  • Com forte TPACK: integra recursos como vídeos interativos, aplicativos de realidade aumentada para visualização 3D do ciclo, fóruns online para discussões e ferramentas de criação de infográficos para representação visual do aprendizado.
Nesse cenário, a tecnologia não substitui a pedagogia nem o conteúdo, mas se articula a eles para tornar a experiência de aprendizagem mais rica, engajadora e significativa.

A origem do TPACK está enraizada no trabalho de Lee Shulman, nos anos 1980, com o conceito de Pedagogical Content Knowledge (PCK). Para Shulman, o conhecimento docente não se limita a saber o conteúdo, mas também envolve a capacidade de transformá-lo em ensino, levando em conta as características dos alunos.

Nos anos 2000, os pesquisadores Punya Mishra e Matthew Koehler, da Michigan State University, expandiram essa ideia ao incorporar o componente tecnológico, reconhecendo que, no contexto digital, a tecnologia não pode ser simplesmente uma ferramenta da prática docente. Em 2006, eles formalizaram o modelo TPACK em um artigo seminal publicado no Teachers College Record.

Desde então, o TPACK tem se consolidado como um dos principais frameworks para orientar a formação de professores e a integração crítica e criativa da tecnologia no processo educacional.

É fundamental compreender que o TPACK não é uma fórmula pronta. Ele é um modelo conceitual dinâmico, que continua sendo explorado, adaptado e aprofundado por pesquisadores e educadores em diferentes contextos e culturas escolares.

Sua força está justamente em oferecer uma ferramenta reflexiva para que o professor analise, repense e potencialize suas práticas com base nas demandas atuais, promovendo aprendizagens mais conectadas, criativas e relevantes. Se você deseja inovar em sua prática com propósito e consciência, o TPACK pode ser um excelente ponto de partida para repensar sua relação com o conteúdo, com seus estudantes e com as tecnologias que nos cercam.

E você, já conhecia o TPACK?

Rubricas para um Uso Eficaz da IA em Sala de Aula

Sempre acreditei que a tecnologia pode ser uma aliada poderosa no processo de ensino-aprendizagem, desde que utilizada de forma estratégica e consciente. No entanto, a implementação da tecnologia em sala de aula exige (e sempre exigiu|!) um olhar atento para a avaliação, garantindo que a tecnologia seja usada para potencializar o aprendizado e não para substituí-lo. É nesse contexto que as rubricas se tornam ferramentas indispensáveis, oferecendo critérios claros para avaliar o uso da tecnologia pelos alunos. O uso das rubricas, concretiza os objetivos do professor e alinha com as expectativas dos alunos sobre como eles devem proceder nas avaliações! E vamos combinar que isso é tuuuudooooooo no processo de ensino-aprendizagem? 

Neste sentido, Leon Furze mais uma vez colabora com a reflexão sobre o uso da IA pelos alunos, principalmente na escrita com a "Escala de Avaliação da Tecnologia (AIAS)", desenvolvida em conjunto com Perkins, Roe & MacVaugh. A tablea oferece um panorama interessante sobre o uso da tecnologia em atividades avaliativas. 

Para visualizar a imagem em tamanho maior, clique aqui!

A escala apresenta cinco níveis distintos, que vão desde a ausência total da tecnologia até a exploração criativa da tecnologia. Abaixo, uma versão mais "mastigadinha" do conteúdo:
  • Nível 1: Sem Tecnologia: Avaliação realizada sem o uso de tecnologia, focando nas habilidades e conhecimentos do aluno.
  • Nível 2: Planejamento com Tecnologia: A tecnologia é utilizada para atividades de planejamento, como brainstorming e pesquisa inicial, mas a avaliação enfatiza a capacidade do aluno de desenvolver e refinar as ideias de forma independente.
  • Nível 3: Colaboração com Tecnologia: A tecnologia auxilia na realização da tarefa, incluindo geração de ideias e redação, mas o aluno deve avaliar criticamente e modificar as sugestões da tecnologia.
  • Nível 4: Uso Completo de Tecnologia: A tecnologia é utilizada em todos os aspectos da tarefa, com o aluno direcionando a tecnologia para alcançar os objetivos da avaliação.
  • Nível 5: Exploração com Tecnologia: A tecnologia é utilizada de forma criativa para solucionar problemas e gerar insights inovadores, com alunos e educadores co-criando as avaliações.
As rubricas da AIAS podem ser adaptadas e utilizadas em sala de aula para guiar o uso da tecnologia em diferentes atividades, como por exemplo:
  1. Em um projeto de pesquisa, a rubrica pode exigir que os alunos utilizem a tecnologia para coletar e analisar dados, mas que apresentem suas próprias conclusões e reflexões.
  2. Em uma atividade de escrita criativa, a rubrica pode permitir o uso da tecnologia para gerar ideias e rascunhos, mas que o texto final seja original e reflita a voz do aluno.
  3. Em um debate, a rubrica pode incentivar o uso da tecnologia para pesquisar informações e argumentos, mas que os alunos apresentem suas próprias opiniões e contra-argumentos.
Quem acompanha o blog eprofessor há tempos, sabe que a gente acredita que a tecnologia não deve substituir o papel do educador, mas sim complementá-lo. Isso nas tecnologias convencionais e emergentes, certo? Ao utilizarmos rubricas como a AIAS, podemos garantir que a tecnologia seja usada de forma ética e eficaz, potencializando o aprendizado e preparando os alunos para os desafios do futuro. Neste cenário, o professor atua como um mediador, orientando os alunos no uso da tecnologia e incentivando o desenvolvimento de habilidades essenciais, como pensamento crítico, criatividade e colaboração. E isso a IA não vai fazer, não é mesmo?

Mão na massa em IA com Leon Furze - Hands On com Gen IA

Até parece overposting, mas não tem jeito: a gente continua a falar de IA, principalmente na Educação! Já sabemos que a inteligência artificial (IA) está mexendo de forma significativa com professores, alunos, gestores, aprendizagem... aliás, nada diferente de outras tecnologias emergentes, não é mesmo? Mas entre todas as tecnologias que já apareceram por aí, as IAs tem se diferenciado no que se refere as potentes ferramentas para personalizar o aprendizado, otimizar o tempo dos professores e engajar os alunos de maneiras inovadoras. 

Mas.... é notório que muitos educadores ainda se sentem inseguros sobre como integrar essas tecnologias em suas práticas pedagógicas. Com tantas opções disponíveis — desde chatbots como o ChatGPT, Gemini, DeepSeek, entre outros, até plataformas de criação de conteúdo e análise de dados —, saber por onde começar pode ser um desafio.

Pensando nisso, vou indicar um site incrível que serve como um guia completo para professores que desejam explorar o potencial da IA em sala de aula, seja para referências, práticas ou reflexão. Neste site,  você vai ter contato com os diferentes tipos de IA disponíveis e também dicas práticas, exemplos de uso e orientações sobre como usar essas ferramentas, avaliações e muita coisa boa para estudar e pensar sobre IA atualmente.

O site é do Leon Furze consultor, autor e palestrante internacional com mais de quinze anos de experiência em educação secundária e superior e liderança. Leon está cursando seu doutorado nas implicações da Inteligência Artificial Generativa na instrução e educação da escrita.

Ele apresentou uma coleção que inclui práticas, com exemplos claros e amigáveis de ferramentas e tecnologias específicas, incluindo geração de texto, áudio e imagem.

Para acessar a coleção, clique AQUI!

Se você é um educador curioso sobre como a IA pode transformar sua prática ou está em busca de maneiras eficazes de incorporar tecnologia em suas aulas, siga Leon Furze, assinando sua newsletter. 


Tendências em IA na Educação para os próximos 5 anos!


Imagine um ensino personalizado para cada aluno, que se adapta às suas necessidades e ritmo de aprendizado. Imagine professores com mais tempo para se dedicarem ao que realmente importa: inspirar e guiar seus alunos. E imagine alunos preparados para o futuro, dominando as habilidades essenciais para o sucesso em um mundo cada vez mais tecnológico.

Parece um sonho, né? Mas, e se eu te contar que a Inteligência Artificial pode nos ajudar a tornar essa realidade mais próxima, você acreditaria?

Neste e-book exclusivo, do meu querido amigo educador Doug Alvoraçado (com um currículo invejável)e trabalho lindo de se ver) você vai descobrir como a IA pode ajudar a transformar a educação, com insights valiosos de quem já está aplicando essa tecnologia na prática há muito tempo!

Prepare-se para explorar:
  • Personalização do ensino: como a IA pode adaptar o aprendizado às necessidades individuais de cada aluno.
  • Otimização do trabalho docente: como a IA pode automatizar tarefas repetitivas e liberar tempo para os professores se concentrarem no que realmente importa.
  • Promoção da inclusão: como a IA pode criar soluções para atender às necessidades de alunos com diferentes estilos de aprendizagem e habilidades.
  • Desenvolvimento de competências para o futuro: como preparar os alunos para o mundo do trabalho e da cidadania em uma era de avanços tecnológicos constantes.
E o melhor: o e-book é totalmente gratuito! Basta acessar ESTE LINK e fazer o download agora mesmo. Ah, e não deixe de dar uma espiada no LinkedIn do Doug, tá?

Estruturas de Competência sobre IA para Professores e Estudantes (Síntese do documento UNESCO)

Tempo é ouro, especialmente para professores! Sabemos que sua rotina é corrida e nem sempre sobra tempo para se atualizar sobre as últimas tendências na educação. Pensando nisso, o eprofessor preparou este post para te ajudar a dominar as competências essenciais em Inteligência Artificial, uma síntese do documento completo da UNESCO, publicado aqui anteriormente.

Aqui você encontra duas tabelas que resumem as principais competências em IA para estudantes e professores. Com elas, você poderá:

  • Compreender o papel da IA na educação e seu impacto no futuro da aprendizagem.
  • Identificar as habilidades e conhecimentos necessários para usar a IA de forma ética e responsável.
  • Preparar seus alunos para o mundo cada vez mais tecnológico e orientado por IA.

Pronto para turbinar suas aulas com a Inteligência Artificial? Então, vamos às tabelas!

1) Esta tabela contém a estrutura de competências em IA para estudantes, organizada pelos três níveis de progressão (Compreender, Aplicar e Criar) e os quatro domínios interdisciplinares (Mentalidade centrada no ser humano, Ética da IA, Técnicas e aplicações de IA e Design de sistemas de IA), incluindo especificações curriculares, métodos pedagógicos e ambientes de aprendizagem contida no documento UNESCO - Estrutura de Competência de IA para Estudantes. A estrutura de competências apresentada visa preparar os alunos para serem cidadãos responsáveis e criativos na era da inteligência artificial. As competências apresentadas estão divididas em três níveis de progressão: Compreender, Aplicar e Criar e visam desenvolver uma mentalidade centrada no ser humano, ética, e competências técnicas para design de sistemas de IA. A estrutura enfatiza o julgamento crítico e a resolução de problemas.

Tabela: Estrutura de Competências de IA para Estudantes

Domínio Interdisciplinar

Nível de Progressão

Especificações Curriculares

Métodos Pedagógicos Sugeridos

Ambientes de Aprendizagem

Mentalidade centrada no ser humano

Compreender

Compreender como os sistemas de IA impactam a interação humano-humano e humano-sociedade. Entender as implicações do design da IA, como proteger a agência humana e o que significa a IA para o desenvolvimento intelectual.

Visualizar o conceito abstrato de agência humana ao longo do ciclo de vida da IA. Simular um debate sobre controle humano sobre sistemas de IA. Incentivar o pensamento crítico sobre a relação dinâmica entre humanos e máquinas.

Ambientes de aprendizagem com objetos como jogos, materiais de leitura, ferramentas de IA, dispositivos conectados e celulares. Ambientes pré-baseados, e cenários que apresentem dilemas.

Aplicar

Reconhecer que os humanos têm responsabilidades legais como criadores e utilizadores de IA. Compreender que as decisões da IA devem ser tomadas com responsabilidade humana.

Escrever diretrizes sobre a responsabilidade humana dos criadores de IA. Incentivar o debate sobre as responsabilidades dos humanos em relação aos sistemas de IA, orientar sobre a ética e as implicações do design e uso da IA.

Configurações desconectadas e/ou conectadas, estudos de caso, plataformas de IA e cenários do mundo real.

Criar

Desenvolver uma consciência do impacto da IA nas vidas e sociedades, incluindo grupos étnicos e pessoas com deficiências. Espera-se que os alunos sejam capazes de reforçar a sua autoconsciência e usar a IA para dar suporte a sua auto realização.

Incentivar o desenvolvimento da responsabilidade social, com debates sobre como as sociedades devem ser adaptadas para responder aos desafios. Investigação de responsabilidades sociais pessoais e de grupos.

Testes incluindo smartphones e ambientes de tutoria interativos.

Ética da IA

Compreender

Entender como os julgamentos de valor estão refletidos na IA. Compreender a importância do impacto da IA nos direitos humanos. Espera-se que os alunos compreendam a importância dos princípios éticos.

Realizar discussões sobre as implicações éticas da IA, incluindo a privacidade e a proporcionalidade. Desenvolver a capacidade de detetar preconceitos. Incentivar a reflexão sobre o impacto da IA no meio ambiente.

Ambientes de aprendizagem com materiais sobre ética, estudos de casos, ou vídeos. Ferramentas de IA e dispositivos como aplicações para celulares.

Aplicar

Demonstrar um entendimento sobre a importância de seguir princípios éticos e regulamentações. Compreender os riscos de divulgação da privacidade dos dados.

Projetar um "kit de ética" para o uso da IA. Orientar os alunos sobre como utilizar dados pessoais de forma responsável, e aplicar a legislação existente. Simulação de cenários.

Configurações e recursos de aprendizagem, incluindo planos, políticas e listas de verificação de princípios éticos. Ferramentas de IA, incluindo aplicativos para smartphones.

Criar

Desenvolver habilidades para aplicar princípios éticos. Desenvolver a capacidade de avaliar a ética no design da IA. Espera-se que os alunos assumam uma abordagem de design para a avaliação e adaptação de regulamentações de IA.

Simular um debate sobre dilemas éticos baseados em projetos, com a elaboração de uma lista de critérios éticos. Desenvolver princípios éticos para IA e avaliar a conformidade com regulamentações existentes.

Configurações desconectadas e/ou conectadas. Ambientes online, ferramentas de IA. Recursos e materiais sobre ética em IA.

Técnicas e aplicações de IA

Compreender

Entender os conceitos de IA, como algoritmos e dados. Espera-se que os alunos sejam capazes de desenvolver conhecimentos sobre a importância do conhecimento interdisciplinar.

Aprender a definição e o escopo da IA. Examinar exemplos de como a IA é treinada com dados e algoritmos. Promover uma base interdisciplinar.

Configurações desconectadas e conectadas. Dispositivos como computadores e smartphones. Materiais didáticos e ferramentas de IA. Ambientes online e offline.

Aplicar

Desenvolver habilidades de programação e de aplicação da IA. Espera-se que os alunos sejam capazes de construir uma estrutura básica de IA.

Oferecer oportunidades para fortalecer o conhecimento e as habilidades em IA. Utilizar laboratórios de análise de dados. Incentivar o desenvolvimento de habilidades em programação e a criação de aplicações de IA.

Laboratório de visões de dados com exemplos de conjuntos de dados. Computadores com acesso à internet e aplicações baseadas em IA.

Criar

Aprofundar o conhecimento em dados e algoritmos. Espera-se que os alunos sejam capazes de criar ferramentas de IA baseadas em tarefas.

Oferecer oportunidades para o desenvolvimento de ferramentas de IA, com foco na personalização, na criatividade, e em abordagens colaborativas.

Ferramentas de IA, conjuntos de dados, recursos de computação e bibliotecas de código aberto. Ambientes de trabalho colaborativo e hackathons.

Design de sistemas de IA


Compreender

Definir o escopo de um problema. Espera-se que os alunos entendam a importância do "escopo do problema da IA".

Analisar criticamente situações da vida real onde a IA pode ou não pode ser usada. Ajudar os alunos a definir as etapas para criar ou selecionar um sistema de IA. Simular a revisão de uma proposta.

Dispositivos digitais com conexão à internet. Sistemas de IA e diagramas.

Aplicar

Desenvolver um projeto de arquitetura. Espera-se que os alunos sejam capazes de desenvolver habilidades para avaliar a necessidade de dados.

Simular a avaliação de componentes para configuração. Ajudar a preparar a aquisição de dados e a sua avaliação para modelos de IA. Simular o desenvolvimento e o controle de um sistema de IA.

Ambientes para projetos e análises de dados baseados em computador, aplicações para IA, e ferramentas de programação.

Criar

Aprender a otimizar ciclos de feedback. Espera-se que os alunos sejam capazes de aprimorar e aplicar os seus conhecimentos.

Simular a tomada de decisão de um sistema de IA, incentivando a análise de dados e a sua interpretação. Promover a autonomia dos alunos, através de projetos colaborativos com foco no feedback e iterações.

Recursos de computação, ambientes colaborativos online, e ferramentas de IA.


2) A tabela elaborada com base no documento elaborado pela UNESCO - Estrutura de Competências de IA para Professores - , organizada pelos três níveis de progressão de competências (Adquirir, Aprofundar, Criar), com exemplos e objetivos específicos para cada nível e os cinco aspectos principais da estrutura de competências de IA para professores. A tabela também inclui informação sobre políticas facilitadoras, ferramentas de avaliação contextualizadas e a importância de uma abordagem inclusiva e centrada no ser humano no desenvolvimento e uso da IA na educação, conforme solicitado.

Tabela: Estrutura de Competências de IA para Professores

Competência

Nível de Progressão

Objetivos Específicos

Exemplos/Atividades

Mentalidade centrada no ser humano

Adquirir

Refletir criticamente sobre o impacto da IA nos direitos humanos. Entender como as decisões tomadas por humanos podem afetar a autonomia e as vidas de outros.

Analisar a importância da agência humana ao avaliar e usar ferramentas de IA. Desenvolver a consciência de que as decisões dos criadores da IA podem ter impacto nas pessoas e na sociedade.

Aprofundar

Compreender a responsabilidade humana ao usar IA, garantindo o respeito pelos direitos humanos. Analisar criticamente as decisões de design da IA e como estas impactam o uso ético. Demonstrar uma compreensão aprofundada do impacto da IA.

Participar em cenários onde os professores demonstram como a IA é usada de forma inclusiva. Internalizar a importância da privacidade, propriedade intelectual, e outras disposições legais.

Criar

Promover uma compreensão crítica da influência da IA na sociedade, abordando o individualismo e a importância da inclusão social. Defender a ética da IA por meio de ações que abordem questões éticas, sociais, e ambientais.

Incentivar a criação de comunidades para explorar o impacto da IA. Avaliar criticamente o impacto da IA em diversos domínios para promover um uso responsável e inclusivo. Participar ativamente para a construção de sociedades mais justas e equitativas.

Ética da IA

Adquirir

Compreender princípios éticos básicos da IA. Identificar e mitigar riscos associados ao uso de IA.

Explicar os princípios éticos da IA aos alunos. Usar ferramentas de IA que respeitem os direitos humanos e a dignidade. Analisar como os sistemas de IA podem reproduzir vieses.

Aprofundar

Analisar a segurança e privacidade dos dados. Promover o uso responsável de IA em contextos educacionais.

Utilizar ferramentas de IA que garantam segurança e privacidade de dados. Analisar situações onde a IA possa causar discriminação. Adotar uma perspetiva ética sobre o uso da IA.

Criar

Analisar criticamente o impacto da IA. Desenvolver ferramentas de IA que promovam o bem-estar e que respeitem a diversidade cultural, institucional e individual.

Desenvolver planos de aula e programas que considerem as implicações éticas da IA. Promover discussões entre alunos sobre os impactos éticos da IA.

Fundamentos e aplicações da IA

Adquirir

Compreender conceitos básicos de IA, como modelos e algoritmos. Aplicar ferramentas de IA para melhorar o processo de ensino e aprendizagem.

Explorar diferentes categorias de ferramentas de IA. Aprender a usar ferramentas de IA para tarefas específicas. Identificar o potencial de ferramentas de IA.

Aprofundar

Avaliar a adequação das ferramentas de IA para contextos educacionais. Aplicar ferramentas de IA para melhorar o processo de ensino e aprendizagem.

Experimentar com diferentes ferramentas de IA para avaliar sua eficácia. Adaptar ferramentas de IA para diversas situações de aprendizagem.

Criar

Desenvolver ferramentas de IA personalizadas para atender às necessidades dos alunos. Avaliar a adaptabilidade da IA e sua capacidade para resolver problemas complexos.

Criar ferramentas de IA para melhorar o processo de ensino e aprendizagem. Utilizar ferramentas de IA para atender às necessidades individuais dos alunos.

Pedagogia da IA

Adquirir

Utilizar ferramentas de IA para apoiar a aprendizagem.

Projetar e implementar atividades de aprendizagem assistidas por IA. Avaliar o impacto de ferramentas de IA na aprendizagem.

Aprofundar

Integrar ferramentas de IA em contextos de aprendizagem. Usar IA para dar suporte a necessidades específicas de alunos.

Usar ferramentas de IA para personalizar o ensino e aprendizagem. Avaliar o impacto da IA na aprendizagem dos alunos.

Criar

Criar ambientes de aprendizagem inclusivos, usando a IA para abordar desafios mais amplos. Avaliar criticamente o impacto da IA no ensino, na aprendizagem e na avaliação.

Transformar metodologias pedagógicas usando IA. Personalizar ou modificar ferramentas de IA para enriquecer os ambientes de aprendizagem.

IA para o desenvolvimento profissional




Adquirir

Utilizar IA para o desenvolvimento profissional. Conhecer as oportunidades de desenvolvimento profissional com a IA.

Participar em atividades de formação sobre IA. Explorar ferramentas de IA para o desenvolvimento profissional.

Aprofundar

Utilizar IA para melhorar as práticas de ensino. Explorar como a IA pode apoiar a colaboração profissional.

Refletir sobre como a IA pode apoiar a melhoria do desempenho profissional. Participar de comunidades profissionais para troca de experiências com a IA.

Criar

Utilizar IA para transformar o desenvolvimento profissional. Apoiar outros professores no desenvolvimento profissional com a IA.

Mentorear outros professores no uso da IA para o desenvolvimento profissional. Criar workshops sobre IA para professores.


Políticas Facilitadoras e Ferramentas de Avaliação

Políticas Facilitadoras: As políticas devem incluir a regulamentação do uso da IA na educação, garantindo que seja usada de forma ética e equitativa. Devem também apoiar a formação de professores no uso da IA e garantir acesso equitativo a ferramentas e recursos.

Ferramentas de Avaliação Contextualizadas: As ferramentas de avaliação devem ser adaptadas para medir as competências dos professores em relação à IA, considerando os diferentes níveis de progressão e os cinco aspetos principais. É importante usar métodos de avaliação que sejam relevantes para o domínio e as necessidades específicas dos professores. A avaliação também deve ser adaptada aos diferentes contextos educacionais.

Abordagem Inclusiva e Centrada no Ser Humano

É crucial que o desenvolvimento e o uso da IA na educação sejam centrados no ser humano, priorizando a ética, a equidade, a inclusão e o respeito pela diversidade. As ferramentas de IA devem ser projetadas para promover a agência humana, o pensamento crítico e as habilidades socioemocionais dos alunos.

A implementação da IA deve ser guiada pelos seguintes princípios:
  • Garantir futuros digitais inclusivos: Assegurar o acesso equitativo e inclusivo às ferramentas de IA.
  • Abordagem centrada no ser humano: Garantir que a IA não substitua a responsabilidade humana.
  • Proteção dos direitos dos professores: Assegurar que a IA não comprometa os direitos dos professores.
  • Promover IA confiável e ambientalmente sustentável: Usar IA que seja confiável e que não prejudique o meio ambiente.
  • Garantir a aplicabilidade para todos os professores e refletir a evolução digital: Certificar que a IA seja útil para todos os professores e que se adapte às mudanças digitais.
  • Aprendizagem profissional ao longo da vida para professores: Incentivar que os professores continuem aprendendo e se desenvolvendo profissionalmente.
A estrutura de competências de IA para professores visa orientar o desenvolvimento de habilidades para uso ético e eficaz da IA na educação. A tabela apresentada oferece uma visão geral das competências necessárias em cada nível de progressão, juntamente com exemplos práticos e considerações sobre políticas facilitadoras e avaliação. A priorização de uma abordagem inclusiva e centrada no ser humano é essencial para garantir que a IA seja uma força positiva na educação.
Este texto utilizou o NOTEBOOK LM para a primeira versão de síntese do documento original e foi revisado pela equipe editorial do eprofessor.