A mais recente edição da TIC Educação, pesquisa realizada pelo
Cetic.br |
NIC.br, traz um retrato atualizado sobre como crianças e adolescentes brasileiros estão se relacionando com a tecnologia no contexto escolar.
Um dos destaques é o uso crescente da inteligência artificial generativa. Entre os estudantes do Ensino Médio que acessam a internet, sete em cada dez já utilizam ferramentas como ChatGPT, Copilot e Gemini para pesquisas escolares. Apesar disso, apenas um terço afirma ter recebido orientação na escola sobre como explorar esses recursos de forma crítica e ética.
O levantamento mostra também que as plataformas de vídeo ganharam espaço como fonte de informação. Hoje, elas estão praticamente lado a lado dos buscadores tradicionais: 74% dos alunos ainda usam sites de pesquisa, mas 72% já recorrem a canais e aplicativos de vídeo para aprender e realizar trabalhos, incluindo TikTok.
Outro ponto importante é a conectividade: 96% das escolas brasileiras já contam com internet, e em 88% delas o acesso está disponível em sala de aula. Ainda assim, persistem desigualdades, sobretudo entre redes municipais e estaduais, escolas urbanas e rurais.
Parêntesis: Eu mesma trabalho em uma escola periférica no município de São Paulo e vejo o quanto essa desigualdade de conexão e estrutura ainda persiste!
No que se refere ao uso de dispositivos móveis, a pesquisa revela um movimento de restrição ao celular nas escolas. Em 2022, 55% dos alunos utilizavam o próprio aparelho para acessar a internet; em 2024, esse número caiu para 45%. A proporção de instituições que proibiram o uso dos celulares também cresceu, passando de 28% para 39%.
A pesquisa traz ainda dados sobre a formação docente: pouco mais da metade dos professores participou de cursos de atualização envolvendo tecnologias digitais. Ótimo: ponto positivo! Contudo, formações específicas sobre uso de IA, segurança digital e educação midiática ainda aparecem em menor proporção. Ponto a ser refletido!!
Os resultados apontam para um cenário em que a tecnologia está cada vez mais presente, mas a mediação pedagógica e a formação crítica dos estudantes ainda são desafios centrais.
Mais do que discutir apenas o acesso, a pesquisa reforça a urgência de promover um uso consciente, criativo e seguro das ferramentas digitais, garantindo que a tecnologia seja, de fato, uma aliada no processo de ensino e aprendizagem.
Ou seja: é preciso pensar mais na aprendizagem do que nas ferramentas e, convenhamos, isso não é de hoje!
Acesse aqui uma síntese dos resultados apresentados à imprensa.
A Pesquisa TIC Educação 2024 é um convite para que nós, professores, possamos olhar com mais clareza para o mundo digital que já faz parte da vida de nossos alunos.
Ao mostrar dados sobre o uso de IA generativa, plataformas de vídeo, celulares e conectividade, a pesquisa nos ajuda a entender não só o que nossos estudantes estão fazendo online, mas também nos aponta quais caminhos podemos trilhar para tornar o aprendizado mais significativo.
Essas informações nos convidam a refletir sobre a própria prática, criar atividades mais próximas da realidade dos jovens, orientar o uso crítico e responsável das tecnologias e, ao mesmo tempo, estar atentos às desigualdades de acesso que ainda existem.